sexta-feira, 31 de julho de 2009

"faz zum zum pra eu ver, faz zum zum p mim"

" O instituto de liberdade que a sociedade classista sufoca através das máquinas trituradoras da família, da escola, da religião e do Estado guia os passos destes homens que, de fato, parecem ter-se rebelado, entre outras coisas, contra a instituição que pretende refrear os sentimentos e os desejos. A pretexto de recusar a lei do casamento civil, que vigorara no Brasil desde a queda do Império, o povo de Canudos aprendeu a unir-se e a desunir livremente, sempre que homem e mulher estejam de acordo, e a se despreocupar com a paternidade dos ventres engravidados, pois seu condutor ou guia - a quem chamam de Conselheiro - ensinou-lhes que todos os seres são legítimos pelo simples fato de nascer. Não há nisto alguma coisa que vos pareça familiar? Não é como a materialização de certas idéias básicas da revolução? O amor livre, a livre paternidade, a eliminação da infame fronteira entre filhos legítimos e ilegítimos, a convicção de que o homem não herda a dignidade nem a indignidade."


A GUERRA DO FIM DO MUNDO - Mário Vargas Llosa




alguma semelhança com outros episódios? não é mera coincidência...talvez Canudos fosse muito mais avançada do que povos que se julgam modernos...

terça-feira, 21 de julho de 2009

"You do it to yourself, you do"

eu vivo uma ginga de bamba
especializei-me em literatura de rua
e fiz graduação de antropologia no botequim

na gafieira me realizo e me faço
através do samba reclamo pro mundo
vivo sem tempo, sem casa, ou espaço
sou o que sou, e digo apenas o que na vida aprendi

gabos não me fazem mais homem,
tampouco me impressionam
simplesmente apresento o que vi, ouvi ou fingi

só sei que sinto,
logo acredito que de alguma forma eu existo,
e vou levando a vida assim,
pelas pernas daquela mulata,
por um longo gole de cachaça,
pelo pandeiro e pela viola enquanto a roda não chega ao fim.



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para dias em que você está atordoado
http://www.youtube.com/watch?v=u-2hz0fEuwM

domingo, 19 de julho de 2009

"Não posso ficar nem mais um minuto com você"



PARA ANA CARLA




Os pais exigem demais de nós; a família exige demais de nós; os amigos exigem demais de nós; nós exigimos demais de nós. Enfim, o mundo exige demais de nós.
Muitas vezes é difícil encararmos a realidade para decidir entre o caminho da mente e o do coração, entre aquilo que parece ser certo e mais confiável e entre os nossos sonhos. Mas, diante da dúvida, talvez seja melhor optar pelo destino mais são.
Quando se realiza uma escolha dessa, possivelmente nos sentiremos com algum vazio dentro do peito, com uma peça ausente do nosso complexo quebra cabeça chamado vida.
Assim, é sempre necessário encontrar algo que se sinta amor por fazer, que acalente a alma e toque o coração, que nos torne seguros e confiantes de sermos capazes de abraçar o mundo, e o mais importante, não desistir jamis de um sonho, de uma ideologia, seja ela qual for, desde que seja uma fonte de luz e paz com força para inspirar o nosso prosseguir.
E é a partir desse refúgio que respondemos para o mundo, que buscamos satisfazer o mundo e que tentamos ser feliz.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"..."

E um dia ela decidiu viver.
Viver, por assim fazer, com os olhos fechados, os ouvidos atentos e o coração aberto. Viver como se ninguém a observasse, como se o mundo fosse seu, e tudo se resumisse a um jogo de estados, hora alegre, hora triste, porém todos passageiros. Como se não existissem verdades, sendo essas apenas frutos de sua mente. Mente que não pára, que não descansa, e o mais importante, não se cansa de trabalhar o dia inteiro, permitindo-a ,assim, viver. Que faz sua realidade, faz suas vontades, denota o certo do errado de acordo com o tempo e o momento de seu presente, apenas esse tempo e nenhum mais. Logo, vive. Passa o dia dançando entre as estrelas, falando com as paredes e sorrindo para o além; cantando para a chuva, sentindo o céu, e fingindo preocupar-se com puro desdém. Faz da vida uma alegria, da vida uma sina, por puro egoísmo seu, faz dela sua e de ninguém mais. Por fim, simplesmente vive, e assim se satisfaz, de maneira altista e também perspicaz.



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é...pelo menos eu atualizei...sei lá!