A pequena menina observava fascinada a moça que flutuava no ar. Desacreditada com o que via resolveu se aproximar, para, assim, constatar que na realidade a moça caminhava por uma fina corda ligada entre dois pontos, dando a impressão, de longe, de que nada havia lá.
Seus passos eram precisos, acompanhados de pulos e rodopios. E ela ia e voltava, andando com leveza como se ninguém a notasse ou fosse capaz de incomoda-lá.
Sua habilidade era tamanha que por alguns momentos tinha se a equívoca idéia da facilidade de realizar aquele espetáculo.
Sorrisos e olhos se confundiam, ela conquistava a todos, e gerava a certeza de seu tato, demonstrando pura destreza e amor em cada movimento dado.
O show da menina foi interrompido pela sua mãe, que a tirou de lá alegando já estar tarde. Se vontade de criança fosse respeitada, com certeza a garota passaria o resto de sua tarde ali. Imaginando ser a moça, querendo ser a moça e se sentindo como a moça.
Da mesma forma que vontade de criança não se respeita, sonho de criança também não. E a menina cresceu, e acabou por exercer alguma dessas profissões que dizem fazer dinheiro.
Enfim.
Mas, no fundo a menina existe, no fundo a menina nunca cresceu, e seus sonhos também não. E são os seus sonhos de criança que a irradiam até hoje, que a mantém, e fazem com que a não mais pequena acredite, que assim como a moça da corda, ela jamais irá se desequilibrar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário