segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Ah, the hell with it...I'm gonna have a party"

A pequena menina observava fascinada a moça que flutuava no ar. Desacreditada com o que via resolveu se aproximar, para, assim, constatar que na realidade a moça caminhava por uma fina corda ligada entre dois pontos, dando a impressão, de longe, de que nada havia lá.

Seus passos eram precisos, acompanhados de pulos e rodopios. E ela ia e voltava, andando com leveza como se ninguém a notasse ou fosse capaz de incomoda-lá.

Sua habilidade era tamanha que por alguns momentos tinha se a equívoca idéia da facilidade de realizar aquele espetáculo.

Sorrisos e olhos se confundiam, ela conquistava a todos, e gerava a certeza de seu tato, demonstrando pura destreza e amor em cada movimento dado.

O show da menina foi interrompido pela sua mãe, que a tirou de lá alegando já estar tarde. Se vontade de criança fosse respeitada, com certeza a garota passaria o resto de sua tarde ali. Imaginando ser a moça, querendo ser a moça e se sentindo como a moça.

Da mesma forma que vontade de criança não se respeita, sonho de criança também não. E a menina cresceu, e acabou por exercer alguma dessas profissões que dizem fazer dinheiro.

Enfim.

Mas, no fundo a menina existe, no fundo a menina nunca cresceu, e seus sonhos também não. E são os seus sonhos de criança que a irradiam até hoje, que a mantém, e fazem com que a não mais pequena acredite, que assim como a moça da corda, ela jamais irá se desequilibrar.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"People'd call, say, "Beware doll, you're bound to fall" "

Me console e me engole, e cuspe, e come, e faz, e desfaz, sem intenção, satisfaz. E esquece, me esquece, me joga e me abraça, e balança, e se cansa, e se vira, tanto faz. E perturba, e se engana, e engana, com pura manha, é malícia, é delícia, seu corpo e nada mais. E voa, de um jeito sacana, e ganha, e apanha, consome, se entope, pra se esgotar e não querer mais. E a gente se entende, e ao mesmo tempo não entende, e nesse vai e vem , vem e vai, deixa por assim ser, ou melhor dizer, sem menos nem mais, pra hoje, pra sempre ou até nunca mais.




1-) O Direito acaba com a minha capacidade criativa.
2-) Eu preciso morar na praia.

terça-feira, 22 de junho de 2010

"virá lapidar o sonho, até gerar o som, como querer Caetanear, o que ha de bom"





"Quanto à mulher de lot, essa olhou para trás desobedecendo à ordem recebida e ficou transformada numa estátua de sal. Até hoje ainda ninguém conseguiu compreender por que foi ela castigada desta maneira, quando tão natural é querermos saber o que se passa nas nosssas costas. É possível que o senhor tivesse querido punir a curiosidade como se se tratasse de um pecado mortal, mas isso também não abona muito a favor da sua inteligência, veja-se o que sucedeu com a árvore do bem e do mal, se eva não tivesse dado o fruto a comer a adão, se não o tivesse comido ela também, ainda estariam no jardim do éden, com o aborrecido que aquilo era."



José Saramago - Caim



Eu acho que essa foi a última obra dele, e inclusive o último livro que eu li porque ultimamente não tenho tido paciência p ler muita coisa...mas enfim! José Saramago, sua forma mórbida e fria, e claro, realista, de descrever o homem e o mundo, sua falta de fantasia, de pontuação e parágrafos, me encantam! Uma pequena lembrança p esse velhinho que deixará saudades na literatura e que desencantava a vida escrevendo de uma maneira fascinante !

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"eu me entendo escrevendo, e vejo tudo sem vaidade"

e se fosse uma flor seria camélia
camélia como gente, camélia contente
o oposto da formosa e eficiente Amélia

se fosse camélia seria comum,
com camélia há dias bons e ruins,
camélia tem tpm, olheira e fica estressada
é flor que trabalha, é flor que esgota
é flor que vive, ri e chora

ai camélia como queria ser...
simples e bela, por assim, dizer

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"eu vou é mandar você pra tonga da mironga do kabuletê"

um dia qualquer, diante de pensamentos estagnados
surgiu-lhe um devaneio, preenchendo com formas e cores,
aquilo que há tempos se manteve intacto
estremeceu-lhe o lúdico, perdendo-se o tempo, o foco e o espaço
e foi proibido proibir, se quer então, o olhar censurado
e entre sorrisos e armadilhas de amor,
queixou-se do gesto, do mundo e da dor
foi a delirante verdade da imagem além do imaginável
que questionou sua realidade, trazendo-lhe de volta
corpo e mente sã, para o eterno e contínuo,
vivendo-se ,mais uma vez, de puro corpo fechado

quinta-feira, 4 de março de 2010

"esse papo já tá qualquer coisa, você já tá pra lá de marraqueche"

"c'est un point rose qu'on met sur l’i du verb aimer" (Cyrano de Bergerac)



na real, sem tempo p nada! só coloquei isso ai p nao perder a frase que eu havia visto em um diálogo de um filme, que eu nao lembro o nome pra variar, e agora encontrei novamente em um livro de direito sobre crimes sexuais. enfim...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

"não sei não, assim eu acabo me entregando"

o mundo gira e a vida corre,
trazendo junto de si sorrisos e lágrimas.
e dentro dela pessoas ficam e passam,
pessoas são e deixam de ser,
convivendo, aprendendo,
tentando.
e independente de conseguir ou não,
abrem os braços, demonstram os dentes,
encantam e desencantam,
fazem surgir gostos, ou puramente desgosto,
Iludem e se surpreendem.
e enquanto o mundo gira as pessoas crescem,
seguem, as vezes falham,
mas quem disse que é proibido errar?!
prosseguem, e assim a vida segue.

e sabem que apesar do certo não estar exatamente correto,
dessa forma é,
e que atrás de todo fim ainda resta uma esperança.





ps: quem não tem o que fazer em um sábado a noite desenha no paint brush, sendo o fundo nada mais do que Woodstock

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"os tribalistas já ñ querem ter razão,ñ querem ter certeza,ñ querem ter juízo nem religião"

uma mistura de calor e frescor tocava a sua pele
seus cabelos dançavam com o vento junto de uma valsa das areias
e entre malabares e pirofagias de amor,
ignorou o tempo, o medo e a dor
seguiu seus instintos,
libertou o corpo, a mente e o coração
esqueceu-se da lógica,
do porque, ou o quão tudo pode ser em vão
simplesmente sorriu, partiu, para nunca mais voltar
foi sem destino e certezas,
para qualquer lugar que a permita sonhar