A urgência do encontro foi apenas uma inocente desculpa para ela reaproximar-se de seu destino, o qual por mais que não se queira é difícil evitá-lo quando sua vida nada mais foi do que um grande plano bem elaborado para que o óbvio aparentasse acaso. O cotidiano transformou-se em fadiga e tomou-lhe muito tempo de sua vida, mas agora não, decidira mudar, e dessa vez tudo seria diferente.
Deixou para trás aquilo que lhe lembrava o seu passado, levando consigo apenas o necessário, uma mochila. Toda a sua vida, a sua historia, a sua essência, dentro de uma mochila, na qual ela estava determinada a não acumular pertences, pois o peso poderia lhe causar dor atrapalhando ,assim, a sua jornada.
Sem rumo e sem direção seguiu pelas veredas de uma longa estrada, criou expectativas sobre o céu e a terra, e se sentiu invencível pela primeira vez, como se nada fosse capaz de detê-la.
Por um breve período dormiu com as estrelas, acordou com o calor e respirou liberdade. Digo breve porque o tempo lhe trouxe a saudade de sua rotina, que apesar de algumas vezes lhe parecer uma piada de mau gosto e sem graça, era sua. Logo, desistiu e voltou.
Hoje, pensa que mesmo com o desejo de mudar, há coisas e pessoas que nos prendem no chão e não permitem um grande vôo libertino para o espírito, limitando a vida a um espetáculo supérfluo e crucial ao mesmo tempo, o que é uma grande antítese por sinal. Ou talvez tenha sido apenas uma falha não reparada durante o seu processo de epifania.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário